Nossos segredos morrem nas palavras
que os olhos mais que os lábios articulam,
e nossos gestos dúbios colhem pássaros
num silêncio de enigma e subterfúgio.
Não compreendemos a canção dos lírios
nem a mensagem lírica das rosas,
e desprezamos este longo exílio
do mais fundo da noite até a aurora.
E vivemos assim, incompreendidos,
apenas esperando que algum dia
em nós o mundo se reivente, para,
insensíveis aos ventos das veredas,
continuarmos lúcidos ou cegos
a decifrar o mito das estrelas.
(Gilberto Mendonça Teles)
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