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terça-feira, 23 de novembro de 2010


Ah, desgraça inerente à raça!
     o grito torturante da morte
         e o golpe que atinge a veia,
     o sangramento inestancável,a dor
a maldição insuportável.

Mas há uma cura dentro
       e não fora de casa,não
           vinda de outros mais deles próprios
       por sua disputa sangrenta. Apelamos a vós,
deuses da sombria terra.

Ouvi bem-aventurados poderes soterrâneos -
       atendei o nosso apelo,socorrei-nos
Favorecei os filhos,dai-lhes a vitória.

Ésquilo, As coéforas


"Retirado das primeiras páginas do livro Harry Potter e as Relíquias da Morte" 
A morte é apenas uma travessia do mundo,tal como os amigos que
atravessaram o mar e permanecem vivos uns nos outros. Porque sentem
necessidade de estar presentes, para amar e viver o que é onipresente.
Nesse espelho divino vêem-se face a face; e sua conversa é livre e pura.
Este é o consolo dos amigos e embora se diga que morrem, sua amizade
e convívio estão, no melhor sentido, sempre presentes, porque são imortais.


                                                         Willian Penn, More Fruits of Solitude 






"Retirado das primeiras páginas do livro Harry Potter e as Relíquias da Morte" 

Be Yourself, Know Yourself

Até quando eu vou ficar assim? Aí esta uma pergunta que eu não sei responder, uma de muitas... Por que diabos eu tenho que me esconder? Onde está escrito isso, que tem que ser assim, que não pode ser diferente... Boa merda de conjuntura social, boa merda de tudo hoje, dor de cabeça e inspiração, fome e falta de vontade de comer e claro, como sempre, minha típica apatia, eu poderia citar muitas e muitas coisas que fazem companhia à minha apatia de vez em sempre, a insegurança, o humor ambíguo e por aí a fora. Mas, detendo-me ao que eu acho que quero escrever hoje... Sinceramente espero que algum dia eu possa realmente seguir o conselho que eu mais vi ontem e hoje ‘seja você mesma’, não sem bem qual é a verdadeira Bianca, na verdade, malmente me identifico com a grafia do meu próprio nome, digamos que me acostumei com a sonoridade, e tomei aquilo como um alerta, como se toma frases como ‘socorro!’, ‘cuidado!’ e tantas outras coisinhas mínimas pra despertar um pouco de interesse e alerta.Ousaria colocar ‘Psiu!’ como uma das frases, mas eu mesma procuro abolir esse chamado, que, na maioria dos casos é de algum inútil tentando chamar minha atenção e, estupidamente, quebrar minha apatia. Pois então, além da falta de certo interesse por mim mesma, falta de auto-identificação nominal, tenho também uma dificuldade com espelhos, impressionante como cada espelho tem um tipo de vida própria, em cada um me sinto uma pessoa diferente, o que menos engana ou deprime é o do banheiro, ele me conhece tem uns anos, me vê escovando os dentes, me vê sempre, nunca deixo de visitá-lo quando posso quanto aos outros, bom, são apenas espelhos e não parecem compreender minha verdadeira essência (se é que é possível compreende-la).Um dos outros grandes embates com os espelhos é a capacidade que eles tem de iludir, mas essa não é uma falta restrita ao espelho e sim à imagem em si, como é fácil construir um sorriso falso e fazer todos acreditarem nele, como é fácil e seguro viver de aparências e negando a si próprio. É mais ou menos assim: ninguém sabe que você se sente mal, logo você não se sente mal e nada pode te afetar, aí então, os que tentariam te destruir mudam de idéia e os que tentariam e poderiam te ajudar não vêem sentido na ajuda, já que, tecnicamente, esta tudo bem.Ah, o “tudo bem”, com certeza, é a frase mais mentirosa de todos os tempos, e mentimos essa mentira (perdoe aqui a redundância) sempre, mais até, e muito mais, do que falamos ‘bom dia, boa noite/tarde’. Talvez pela necessidade que temos de fazer o que chamamos de nos proteger, ou até pelo hábito de mentir, fato é que é extremamente complicado pra mim, entender racionalmente quem diabos eu sou se sempre que estou mal digo que estou bem e sempre que estou bem, bom, aí parece que eu sou louca/anormal e que minha excitação com algo que me agradou/agrada faz mal, basicamente, se estou bem dizem que estou mal.Mais uma vez: “como diabos saberei quem sou eu se nem ao menos consegui escrever algo conclusivo?” e sinceramente, não tenho a mínima ideia da razão pela qual coloquei aspas na minha própria frase. Não sei, como não sei muitas coisas, não sei como é morrer (biologicamente apenas), não sei como é nascer (esqueci...), não sei como amar sem ferir, não sei como é ser homem (exceto pelo que meus amigos já me contaram de algumas sensações, mas, é claro, nunca vivenciei), não sei como é matar alguém (já tive desejo, muitas vezes, mas nenhuma coragem e prefiro não ter), não sei meus próprios gostos, não sei muitos assuntos de gramática que passaram batidos, enfim, sabiamente falando, Não sei nada, nem ao menos como terminar esse texto, mas tenho que fazê-lo, o farei dizendo pra você e pra mim mesma: “Just Be Yourself, Nothing Else.”.

Untitled


Sempre gostei mais de números, me dou bem com eles e eles comigo, são de natureza simples e ajudam bastante. Já as palavras, bem, as palavras tem um dom de ser várias coisas em uma só, e foram criadas pra explicitar as necessidades ou algo do gênero, basicamente, as palavras vem de dentro pra fora e os números de fora pra dentro, os números já estão ali prontos na natureza, por exemplo, se há dois gatos, há dois gatos, nem um nem três, mas dois. No meu próprio exemplo dos gatos eu posso encontrar um dos maiores problemas gerado pela palavra, a interpretação, por que, convenhamos, o que é um gato para mim pode não ser um gato para você, aí reside a maior das dificuldades humanas, ou uma das, fazer-se entender pelo outro - que quer você queria, quer não, é OUTRO, é EXTERNO.é justa e unicamente esse choque do interno com o externo, do que você quer dizer com o que entendem, do seu eu com o outro que causa problemas desavenças e tantas outras coisas, este texto por exemplo, perdeu completamente o rumo, é sempre assim dentro de mim tudo perde o rumo, as palavras e os meus sentimentos tem uma grande dificuldade de se ajustarem uns aos outros, nem sempre o que eu te digo é exatamente como eu me sinto, na maioria das vezes não é. Enquanto, nos cálculos matemáticos e até mesmo no raciocínio lógico, por mais diferente que seja o meu caminho e o seu, por mais diferentes que sejamos uns dos outros, o resultado é o mesmo, o ponto final é que une e não o de partida tem certo quê de romance, não nos perderemos uns dos outros chegaremos no mesmo lugar, por isso, e só por isso eu ainda prefiro os números.

O Ser Humano - Kurt Tucholsky

"O ser humano tem duas pernas e duas
convicções: uma para quando está bem e outra para quando está mal. Esta última
se chama religião.O ser humano é um vertebrado e tem uma alma imortal, tanto
quanto uma pátria, para não ficar muito atrevido. O ser humano é produzido por
via natural, porém que ele achaque não é natural e evita falar sobre isso. Ele é
feito, mas não consultado se queria ser feito.O ser humano é um ser vivo útil,
pois a morte no campo de batalha serve para elevar às alturas as ações de
petrolíferas, a morte nas minas serve para aumentar o lucro do dono da mina e,
além disso, ele ainda faz cultura, arte e ciência.O ser humano tem, além do
instinto de reprodução e os de comer e beber, duas paixões: fazer barulho e não
escutar. Quase daria para definir o ser humano como um ser que nunca escuta. Se
é sábio, faz ele muito bem: sensatez é muito raro de se ouvir. Os seres humanos
gostam de ouvir promessas, bajulações, elogios e cumprimentos. No caso de
bajulações, recomenda-se proceder sempre três vezes mais descaradamente do que
se julga ser o limite do possível.O ser humano inveja a sua espécie. Por isso,
inventou as leis. Se ele não pode, então ninguém pode.Para confiar num ser
humano, é melhor sentar em cima dele; pelo menos assim a gente pode ter certeza
de que não escapa. Alguns também confiam no caráter.(...)O ser humano é um ente
devorador de plantas e animais; em expedições polares devora de vez em quando
exemplares de sua própria espécie; porém isso é contrabalançado pelo fascismo.O
ser humano é uma criatura política, que prefere passar a vida em amontoados.
Cada amontoado odeia os outros amontoados, porque são os outros. E odeia o
próprio, porque é o próprio.(...)Todo ser humano tem um fígado, um baço, pulmões
e uma bandeira; esses órgãos são vitais. Pode ser que haja seres humanos sem
fígado, sem baço ou com apenas um pulmão; não há seres humanos sem
bandeira.(...)Quando o ser humano sente que já não pode mais pegar o bonde
andando, torna-se piedoso e sábio; renuncia então às uvas amargas do mundo. A
isto chama-se exame de consciência. As diferentes faixas etárias do ser humano
consideram umas às outras como raças diferentes:os velhos normalmente se
esquecem de que foram jovens, ou se esquecem de que são velhos, e os jovens
nunca compreendem que podem envelhecer.O ser humano não gosta de morrer, pois
não sabe o que vem depois. Se acha que sabe, também não gosta; ainda quer
participar mais um pouco do que já passou. “Um pouco” aqui quer dizer:
eternamente.No mais, o ser humano é um ser vivo que martela, toca música ruim e
deixa o cão latir. Às vezes faz silêncio, mas é quando está morto.Além do ser
humano, há ainda os saxões e os americanos, mas sobre esses ainda não
aprendemos. Zoologia só teremos no ano que vem."
Bom, achei o texto um tanto quanto preconceituoso no final, mas muito interessante o ponto de vista dele, e irônico.
vi no perfil de um estranho no orkut hoje...

terça-feira, 19 de outubro de 2010

A Melhor Banda De Todos Os Tempos Da Última Semana-Titãs

Composição: Branco Mello / Sérgio Britto







Quinze minutos de fama
Mais um pros comerciais,
Quinze minutos de fama
Depois descanse em paz.
O gênio da última hora,
É o idiota do ano seguinte
O último novo-rico,
É o mais novo pedinte
A melhor banda de todos os tempos da última semana
O melhor disco brasileiro de música americana
O melhor disco dos últimos anos de sucessos do passado
O maior sucesso de todos os tempos entre os dez maiores
fracassos
Não importa contradição
O que importa é televisão
Dizem que não há nada que você não se acostume
Cala a boca e aumenta o volume então
As músicas mais pedidas
Os discos que vendem mais,
As novidades antigas
Nas páginas do jornais
Um idiota em inglês,
Se é um idiota, é bem menos que nós
Um idiota em inglês
É bem melhor do que eu e vocês
A melhor banda de todos os tempos da última semana
O melhor disco brasileiro de música americana
O melhor disco dos últimos anos de sucessos do passado
O maior sucesso de todos os tempos entre os dez maiores fracassos
Não importa contradição
O que importa é televisão
Dizem que não há nada que você não se acostume
Cala a boca e aumenta o volume então
Os bons meninos de hoje
Eram os rebeldes da outra estação
O ilustre desconhecido
É o novo ídolo do próximo verão
A melhor banda de todos os tempos da última semana
O melhor disco brasileiro de música americana
O melhor disco dos últimos anos de sucessos do passado
O maior sucesso de todos os tempos entre os dez maiores fracassos

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Nem tudo é para sempre!

  Nem tudo é para sempre!
Seja uma viagem, uma brincadeira, um sorriso, meus amigos!
Desde a infância guardamos os momentos na memória para recordar no futuro.
Bons momentos foram aqueles, que eu jogava bola descalço na rua, corria na chuva com amigos que fazia na hora, e não me preocupava com o amanhã!
Tinha a responsabilidade de ser feliz e trazer felicidade para quem eu amo. Apenas isso.
Tudo virava brincadeira.

Até que chega a fase da adolescência e de certa forma começa o aprendizado da vida.
Primeiro beijo, primeira namorada, amizades estão cada vez mais fortes e muitas vão ser levadas para o resto da vida. E na escola começa a preocupação de escolher a sua futura profissão, é uma das decisões mais importantes na vida de uma pessoa.
Sua vida esta totalmente envolvida nesse fato... É praticamente três anos para se preparar para o dia do vestibular, nervos a flor da pele, o sonho de trabalhar com o que ama ter sucesso profissional e ter liberdade financeira, é um desejo que todo jovem tem e busca. Sair das “asas” dos pais, não ter que justificar “tudo” o que faz para eles.

Até que um dia, quando você menos espera você encontra a mulher da sua vida, se apaixona, faz tudo para conquistá-la e enfim consegue. Seu desejo agora é formar uma família e ter filhos.
Em pouco tempo está casado e morando junto com sua amada.
A vida prossegue...
Você trabalha, muitas vezes com paixão pelo que faz, para dar para a sua família recém formada uma vida melhor do que você teve.
Anos passam, a rotina e as novidades se misturam e muitas vezes nada se repete.
Seus filhos crescem, e o ciclo recomeça... Agora você será o telespectador e conselheiro de seus “descendentes” e tentará mostrar o melhor caminho a ser tomado, buscando trazer para eles a felicidade que teve no passado.
Eles vão crescer, vai tomar suas decisões e consequentemente seu caminho e deixarão o “paizão” com o coração apertado, por ter que entregar os filhos ao mundo.
Como fala minha mãe “O mundo ensina”.

Com seus filhos já encaminhados, sua vida torna mais tranqüila e como passatempo e diversão resta relembrar todo o passado e rir das brincadeiras, lembrar das antigas paixões e ver como foi bom errar para hoje ter aprendido e ter seguido o caminho certo.
A velhice chega e tudo que vim na vida é lucro, você já é feliz por ver as pessoas que ama feliz. A ultima coisa que tem para esperar é a morte... Não tem para onde escapar... Você um dia vai conhecer a Dona Morte. Este será seu fim.
   Nem tudo é para sempre!


Ítalo Nunes 



quarta-feira, 4 de agosto de 2010

("A Biblioteca de Babel")

"Talvez a velhice e o
medo me enganem,
mas suspeito que a espécie 
humana - a única -
está em vias de extinção
e que a Biblioteca
perdurará: iluminada,
solitária,infinita, 
perfeitamente imóvel,
armada de volumes
preciosos,inútil,
incorruptível,secreta"


Retirado do Livro Ficções de Jorge Luis Borges

Minha Angústia.Esse é o Meu Ponto Final.

A angústia de não ter nada para fazer, esse é meu ponto final. Se tiver alguma coisa para dizer, fale agora ou se cale para sempre. Isso não é um casamento, saiba disso! Tenho medo das atitudes que pretendo tomar, pois posso sofrer as conseqüências que não desejei.

Enfim,ter medo não vale a pena, o bom da vida é arriscar! Se for para errar, estou preparado, pois é errando que se aprende, não é?

Cada dia que passa, novas pessoas surgem, do nada, para alegrar, enlouquecer, me deixar com muita raiva, conquistar meu coração, ou trazer um pouco de paz (apenas paz). Eu consigo viver apenas com isso. (Eu acho.)

É...Existe de tudo nesse mundo, basta parar para observar que, você conseguirá notar, quem você realmente deseja conhecer irá aparecer.

Muitos julgam sem conhecer, outros julgam sem saber, e outros nem sabem o que dizer. Ignore os que julgam sem conhecer, reflita sobre os que julgam sem saber, e tenha medo de quem não sabe o que diz. Siga isso! Acredite nisso! Ah, espere! Isso vai de opinião; faça o que bem entender!

Pois é,a vida não é perfeita. Pode até ser boa para alguns, mas não vai ser para sempre, não existe perfeição, quem vive de sonho não poderá dizer que viveu. Utopia não enche barriga, realidade nua e crua de vez em quando, é sempre bom. Experimente o mundo real, a Terra do Nunca só existe nos livros infantis!

Aprenda a criticar na hora certa, no momento certo e aprenda a escutar quando estiver errado. Você não pode achar que o mundo circula em volta do seu umbigo, você não é nenhum DEUS DO OLIMPO... É bom ser Humilde às vezes, não dói, não engorda, e não mata. Apenas é necessário. Experimente!

Acha que nem um pouco disso tem sentido? Então você perdeu seu tempo! Só Lamento pela sua ignorância!

angústia de ter feito alguma coisa, esse é meu ponto final

Autor: Ítalo Nunes. 





quinta-feira, 29 de julho de 2010

Segredo

Nossos segredos morrem nas palavras
que os olhos mais que os lábios articulam,
e nossos gestos dúbios colhem pássaros
num silêncio de enigma e subterfúgio.

Não compreendemos a canção dos lírios
nem a mensagem lírica das rosas,
e desprezamos este longo exílio
do mais fundo da noite até a aurora.

E vivemos assim, incompreendidos,
apenas esperando que algum dia
em nós o mundo se reivente, para,

insensíveis aos ventos das veredas,
continuarmos lúcidos ou cegos
a decifrar o mito das estrelas.

(Gilberto Mendonça Teles)

terça-feira, 27 de julho de 2010

A Menina Que Roubava Livros: Frases

Trecho do livro:

"Através da neblina e dos cristais de gelo na janela,puderam ver as faixas róseas de luz sobre as camadas de neve nos telhados da Rua Himmel...

-Veja as cores!-disse o pai.É dificil não gostar de um homem que não apenas nota as cores,mas fala delas."

domingo, 18 de julho de 2010

Prefácio

É mais facil dizer quando as palavras são mudas,
suas mãos dementes escorrem pelo peito, meias verdades numa placa de concreto esquecem delas mesmas num ritual belíssimo.

Por White Vulture

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Prólogo

Nasceu ás pressas, sem manta de coberta, sem demais palestras
Nasceu fecundo, produto da paz e dor
Assim se fez, se criou, se lançou
O poeta do amor.

Em: Dislexia Espiritual

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Fever Jewels - Um Começo

Hey, Hey, sou Blu-Hachiko e essa é uma primeira tentativa de expor algo que gosto de fazer (na verdade não é a primeira, mas a anterior que não foi muito... er... sadia para qualquer auto-estima, vamos esquecê-la! Mwahahahahah).
"Fever Jewels" é uma história que eu já queria contar há um tempo, então ela saiu da minha cabeça e dee-dee-roo... aqui está! (Vivas aos meus efeitos sonoros! o/) Espero mesmo, mesmo (MESMO!), que gostem! ^^
Ah, gostaria de agradecer a todos pelo espaço no blog e mais ainda a quem perder seu precioso tempo para ler minhas linhas.
Última coisa, para quem quiser saber, será uma história de mistério e sobrenatural(Ohhhhhhhhhh) com coisinhas aqui e ali, uns ataques dos personagens e blá blá, vou tentar deixar a história bem divertida, YAY! Partes novas todas as sextas e tentarei terminar um capítulo à cada quinze dias! Não vou mais encher o saco com minhas palavras bobas e vamos direto para a história! (Ps: Desculpem-me pelo péssimo prólogo, mas era apenas uma apresentação dos personagens! XD)



- Fever Jewels -

Prólogo

Three Little Angels

“Three little angels all dressed in white,
Tryed to get to heaven on the end of a kite
But the kite it was broken down they all fell
Instead of going to heaven they all went to...”


As flores se abriram timidamente naquela primavera. Eram castos botões que respiravam majestosos, engolfando a leveza da vida, libertando-se em vibrante felicidade. Rosas desafortunadamente belas, serem podadas para exibirem sua glória em parcos momentos esperando pela morte.
Claire continuou sentada, enquanto Meredith entrava com as rosas recém podadas do jardim nos fundos da residência e as colocou cuidadosamente sobre a mesinha entre duas estantes de livros. O avental alvíssimo balançava com seus passos apressados, uma das suas muitas demonstrações de euforia, mesmo que a menina não soubesse por que dessa repentina mudança de humor. Claire lia preguiçosamente um caderninho de anotações, com rabiscos ilustrativos, imagens de bonecas marionetes, medidas e estilos de roupas variados, um hobbie que a distraia em dias monótonos. Eram pouco malvistas suas habilidades com carpintaria, e talvez fosse uma lástima para a família ver em sua pele macia marcas do esforço no trabalho em madeira, mas, para ela, era algo de se ignorar, jogar tecidos deslumbrantes às traças à perder alguma de suas majestosas marionetes.
O novo projeto rabiscado nas páginas amareladas consistia em três figuras levemente perturbadoras, mistas de anjo e demônio, com pequenos chifres na cabeça roliça de bochechas rechonchudas, uma auréola que pendia, presa a um dos chifrinhos, asas de penas coladas na madeira entalhada, apenas uma, a outra um toco, onde o rabo pontudo se enrolava. “Três anjinhos de branco”. Estavam bons, muito bons, ela pensava, muito bons mesmo. Levantou-se rapidamente e correu até uma das estantes, pondo a ponta do indicador levemente sobre os lábios rosados e apoiando um braço sobre o outro, passou devagar a estante com os olhos. Coçou o canto da boca. Não estava lá.
_ Estranho – ela sussurrou, atirando para o lado o odiado vestido azul que atrapalhava seu trabalho na oficina – onde está o livro com a costura das perucas?
Oh, Leif, você está mexendo em minhas coisas de novo, ela pensou, tio Oscar será informado disso. E, provavelmente, acharia bom, interrompê-la de seu trabalho e observar enquanto ela era empurrada a uma aula de música ou ver aqueles irritantes professores de línguas consertarem sua pronuncia. Minha pronúncia impecável, vejam só. Leif estava tentando irritá-la de novo. E conseguira.

Meredith caminhava com lençóis limpos em direção ao quarto de Leif, quando uma Claire enfurecida passou por ela. A menina parou em frente ao quarto e fechou os olhos. Suas mãos se levantaram vagarosamente e ficaram suspensas no ar. Não houve momento para repreensão, a menina apenas levantou o pé e lançou-o com toda a força contra a porta fechada.

Leif lia sonolento. As palavras já não eram absorvidas por sua mente, eram palavras atiradas à fogueira, bloqueadas por olhos pesados que abriam e fechavam, abriam e fechavam, abr...
_ LEIF, SEU DESGRAÇADO! – a porta fora atirada à parede e, com o estrondo que assustou pássaros que estavam próximos, Leif atirou-se sobre travesseiros empilhados e puxou os lençóis abarrotados. A menina de mente fumegante estava parada à porta, os braços estendidos e as mãos abertas, os cabelos negros brilhantes e extremamente compridos, caíam sobre o busto e as costas, abertos como um manto de castidade.

O sol daquele dia se foi devagar, trazendo uma noite preguiçosa. Noite preguiçosa para um dia preguiçoso. E os três anjos cairiam no inferno.



Capítulo 1: Skin And Bones - Parte 1

“There was an old woman all skin and bones, O-o-o-o!
She lived down by the old graveyard, O-o-o-o!
One night she thought she'd take a walk, O-o-o-o!
She walked down by the old graveyard, O-o-o-o!
She saw the bones a-layinâ around, O-o-o-o! ”

_ Sabe qual o segredo dos mortos? – disse a primeira vozinha infantil, vinda de uma das crianças sentadas no banco.
_ Sabe qual o segredo dos mortos? – disse a segunda vozinha, pondo a mão em frente à boca, mãozinha enrolada em trapos imundos, tingidos com sangue seco. Arregalava olhos para os passantes.
As ruas imundas da capital em 1831 acolhiam todo o tipo de seres humanos, desde os aristocratas, que caminhavam por ali por não terem opção, às pobres e desesperadas pedintes de mão estendidas e pele devastada por chagas. As crianças trepadas em bancos na feira central tagarelavam abobalhadamente com a menina cantora, Diamante, dizia ser seu nome, que saltitava e rodopiava, balançando um instrumento redondo, enquanto alguns passantes atiravam-lhe moedas. Ela contava histórias. Mortos que saiam das tumbas, noivas desesperadas perdidas em penhascos, moedas que não iam para o túmulo com seus donos. E ela jamais revelava o segredo dos mortos, nem na própria canção, os mortos levavam seus segredos para o túmulo e lá eles deveriam ficar, ela dizia. “Sabe qual o segredo dos mortos?”.
__ Obrigada – ela dizia, em coro com as outras crianças, as moedas tilintavam ao tocar as pedras e as demasiadamente distantes eram recolhidas pelas crianças dos feirantes e colocadas próximas a Diamante – obrigada, obrigada.
A feira tomava todo o centro da capital e já não havia muito espaço para caminhar. As barracas estavam cheias, algumas com utensílios, panelas, tigelas de barro, moringas; outras com alimentos, estando eles consumíveis ou não. Alguns com descaradas bananas murchas, mas extremamente populares, outros com pães passados misturados a pães frescos. Cestas entravam vazias e saíam cheias, mesmo que seu dono tenha pago ou não pelo conteúdo, não importava. As crianças corriam, as libertas de casas de trabalho roubavam o que podiam, fugiam quando pegas... Ou não. E Diamante apenas fechava os olhos e continuava a dançar, para se poupar de vergonhas posteriores.
__ Meus pés doem – ela sussurrou, atirando-se no chão e cruzando as pernas de forma graciosa – devo eu contar-lhes outra história? Talvez a da bruxa que conheci em uma de minhas viagens, ou será melhor a do fantasma do Campanário de Windstrow?
__ Oh, conte--os sobre a bruxa, Diamante – implorou a menininha de tranças e cabelos escuros sentada ao lado da dançarina.
__ Talvez eu conte, mas agora estou com fome – ela estendia uma moeda para o menino mais próximo, uma mecha de seus cabelos compridos e extremamente negros enrolada no braço, ela o balançava e a pulseira de pedrinhas brilhantes fazia barulhinhos – traz-me frutas e uma garrafinha de leite? Espero por você, não começarei até teu retorno.
Um sorriso esburacado surgiu na face do menino e ele correu até uma das barracas com seus frágeis ossos balançando. Diamante enrolava anéis de cabelo em seus curtos e delicados dedinhos, enquanto as outras crianças cochichavam sobre histórias anteriores e discutiam sobre a que ainda estava por vir.
__ Sabem qual o segredo dos mortos? – perguntou Diamante, vendo os olhares curiosos virando para ela devagar, as pequenas criaturas refletidas em seus olhos castanhos viravam rabiscos, caricatura do que eram segundos antes.
__ Diamante! – gritou-lhe um dos rabiscos e o foco retornou. Segurava uma cesta pequena com poucas frutas e um vidro de leite – trouxe o que você pediu.
__ Eu disse que esperaria, não foi? Então, será a bruxa?
__ Oh, sim, sim, Diamante, fale-nos sobre a bruxa.

A noite caíra sobre a cidade rapidamente e mantinham-se no centro apenas os que não tinham para onde ir. Diamante se levantou para um retorno cansativo, já tendo sido abandonada pelas crianças havia horas. Ela tentava ignorar as sombras na rua e esquecer os barulhos vindos dos becos, enquanto apertava mais e mais o passo. Na direção oposta, se arrastava uma mulher, de capa que cobria sua cabeça e cabelos cinzentos que caíam dela, estando encurvada. A mendiga balbuciava palavras sem sentido, arrastando as pernas, virando a cabeça para os lados em momentos e momentos.
__ Uma esmola, uma esmola para uma desesperada – balbuciava para todos os lados, mesmo havendo só a menina na rua com ela – oh, que os céus tenham piedade, que os homens tenham piedade, uma esmola para uma desesperada!
__ Aqui, senhora – disse a menina, soltando uma moedinha sobre as mãos sujas e asquerosas da mulher, cobertas de ferimentos e bolhas, isso apenas onde a luva sem dedos não escondia, tinha medo do que poderia haver no resto.
A mulher levou a mão à escuridão e o barulho da sua respiração sufocada tomou o ar. Ela levantou a cabeça e seu rosto horrendo olhava para Diamante – Obrigada minha menina! Que os deuses lhe paguem em dobro.
“Havia uma mulher que era apenas pele e osso-o-o-o”

Leif Harvey bebericava de uma xícara de chá. Não estava exatamente feliz por isso, aquilo era o que chamava de água suja, e preferia limonada para dias quentes, mas não se pode escolher entre prazer e classe quando o domínio de Oscar Turpin o sufocava. Na verdade não era apenas ele, mas Claire estava em um estado de irritação demasiado e a ponto de fumegar pelas orelhas enquanto olhava para a xícara posta sobre a mesa. Ela tentava ignorar o momento, que aquela coisa ficasse fria logo ou implorava algum duende do chá fizesse-lhe um favor que salvaria sua vida. Só mais um dia pensava Leif.
__ Leif, eu não vou beber isso.
Ignore.
__ Leif, está me ouvindo?
Ele virou a cabeça para ela. Viu o cabelo escuro, castanhos, a boca pequena e os olhos negros como a noite. Vestia bege, com um alegre chapéu de caminhada e um xale branco. Os olhos perspicazes em um rosto abobalhado. Uma pinta no canto da boca.
__ Querida irmã, você sabe que não me importo com seus caprichos – ele disse, pensando que ela falara o que ele pensara todos os instantes – Simplesmente não beba.
Ele viu os olhos da menina se estreitarem, apertados numa imagem embaçada de um menino de cabelos ondulados e escuros, de aparência suja, olhos de cor mel e rosto levemente macilento. Vestia impecáveis roupas para homens da mais alta sociedade, claro que não compactuava com isso e as via como uma extravagância desnecessária de seu tio, uma idiotice na interpretação de Claire. Ele apenas tentava não opinar demais, seria mais fácil e menos estressante. Ganharia mais assim.
__ Eu odeio o tio Oscar – ela bufou, cruzando os braços sobre a barriga – espero me casar logo, aquele homem me irrita.
__ Tudo irrita teus mimos, Claire, a mais ínfima coisa que esteja contra as suas vontades leva-a a loucura, de uma forma nada boa, obviamente – beberica do chá – mas, como já havia dito, não me importo com o que faz ou pensa, então poderia esquecer um momento teus caprichos e parar de me irritar?
Claire permaneceu uns instantes de boca aberta antes de sua expressão se contorcer em uma imagem que poderia ser tudo, menos humana. Ela levantou, batendo os pés e marchando em direção à porta. Sim, lhe era conveniente fazer mais uma cena e parecer uma pobre coitada injustiçada. Era por isso que gostava das bonecas, elas não eram tão frias e cruéis.
Não houve momento para o início de um festival de lágrimas falsas. Oscar Turpin surgiu pelo portal apressado, não havia tirado o chapéu ou o sobretudo, sua face levemente corada estava vermelha e o homem arfava. Era um senhor grande, de vigor e estatura, peso excedente em músculo e cabelos baixos e mal cortados, que surgiam grisalhos onde o chapéu não os escondia. Os óculos tortos foram ajeitados e ele pode olhar para a Claire de boca aberta, preparada para lágrimas falsas.
__ Não devias usar lágrimas falsas em tempos de lágrimas reais, Claire – ele disse – acabo de chegar e já devo me retirar, talvez não retorne até amanhã. Sua avó, Genevive, se foi esta madrugada e vou me encontrar com Truudy. O funeral será amanhã, digo, tentaremos realizá-lo amanhã...
__ Não vou dizer que estou lamento a morte – disse Leif, pondo a xícara sobre a mesinha e virando-se devagar para Oscar. Ele apoiava a cabeça em uma das mãos e mantinha a outra na cintura, apoiado de lado sobre o sofá, pernas cruzadas e estava mergulhado na mais profunda atmosfera de sarcasmo – desde o que sempre a achei uma velha odiosa, espero que o inferno a acomode bem.
__ Como tem coragem dizer isso sobre sua pobre Avó? Ela era uma pessoa boa, uma pessoa generosa!
__ O bastante para mandar a filha para um convento por causa de um casamento que ela considerava ruim, ela, apenas ela – ele acariciava o próprio pescoço, piscando vagarosamente – até hoje tenho pena por mamãe ter acabado daquela forma.
__ De que forma? – Claire estava de olhos arregalados e lacrimejantes, eles pareciam ter esquecido da presença da menina por instantes, instantes o bastante para as coisas desviarem demasiadamente.
__ Nada, querida – disse Oscar – Você virá?
Leif riu. – E perder o festival da “Terra fria e uma Bruxa Velha à sete palmos”? Não me daria esse luxo nem se minha vida dependesse disso – disse o menino, observando os olhos de Oscar queimarem enquanto mantinha o sorriso debochado na face, acompanhado de um olhar caído – Dee-dee-ree-doo!
O homem saiu, enquanto Claire se mantinha de cabeça baixa e Leif sorria, coçando o nariz.


E é isso, não posso colocar mais... (Oh God!) Obrigado, mais uma vez, aos que leram e, desde já, aos que lerão próxima semana! Até Sexta! o/

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Inspiração

São Paulo! comoção de minha vida...
Os meus amores são flores feitas de original...
Arlequinal... Traje de losangos... Cinza e ouro...
Luz e bruma... Forno e inverno morno...
Elegâncias sutis sem escândalos, sem ciúmes...
Perfumes de Paris... Arys!
Bofetadas líricas no Trianon... Algodoal!...

São Paulo! comoção de minha vida...
Galicismo a berrar nos desertos da América!

(Mário de Andrade)

A pérola e o rubi

Se o Amor é uma pérola clara
Se tem o ardor de um rubi
Se estão nesse amor que devoto a ti
A gema rara e o Rubi
Se o amor tem fulgor de brilhantes
Fiel como ouro de lei
Se o Amor é o tesouro que eu encontrei
No coração eu guardarei
Verás com os lábios nos meus
Que é o amor milagre de Deus

(Jay Livingstone / Ray Evans - Versão de Haroldo Barbosa e Roberto Luna)

Mark Twain

O amor é aquilo que depois do casamento se chama engano.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Uma Palavra

Tem certos dias que acordamos isolados do mundo, nada nos satisfaz e aquela ideia de que "ninguem gosta de mim" vem atordoar nossas mentes. O que ocorre frequentemente na vida de pessoas com problema visível, aquele que é difícil negar a sua existência, aquele que está presente ao que vemos. Pessoas com problemas familiares ou com problemas no relacionamento são focos de um tédio ou uma emoção nada boa... uma emoção que nos abaixa, nos rebaixa e nos humilha. Com maus sentimentos nos drogamos de pensamentos isolados, os quais só nós pensamos e achamos que o mundo nos vê assim, nos achamos inferiores aos demais, acontece muito com adolescentes! os quais tem muitas influências e muitos contatos com o mundo afora. Mulheres de propaganda são exemplos para muitas meninas que então, querem ser iguais! O mundo nos engana ou nos deixamos enganar sobre o mundo? não, problemas todos temos e você não é inferior a ninguem! é sempre bom ouvir pessoas que já passaram por um problema semelhante.. pode ser sobre o mesmo mas ocorreram de forma diferente. As vezes só o que a pessoa precisa é chorar, olhar para cima e dizer: "Deus, ajude-me!" pessoas assim necessitam tanto de um abraço, de um carinho, de um afeto... alguem que possa lhe abraçar e dizer: " Estou aqui, o que precisar pode contar comigo!" são poucos os voluntários, mas apontar e dizer nomes é muito fácil. Problemas todos temos, ajuda todos queremos. Um "Bom dia" soa tão bem aos nossos ouvidos.. uma emoção e um arrepio bom logo vêm. Cidade grande é um bom exemplo, lá esquecemos muitas vezes dos bons modos. "Bom dia, Deus te abençõe, Obrigada, licença." São só palavras, mas que tem um bom resultado em nossas ações. Bem, mas o que palavras vão resolver na minha vida? elas não solucionam meu problema. Quem pensa assim é ignorante consigo mesmo. Funciona sim! só de pensar que tem alguem que se importa, alguem que olha ao próximo, é um alívio. Pense bem, se tens problemas que tal começar a ter novos modos de comportamento? experimente desejar um boa noite ao vizinho que você sempre passa batido.. experimente dar um abraço na sua mãe dizer um "eu te amo"... experimente dar um "oi" a si mesmo e a vida! uma simples palavra tem muito poder, dê uma palavra de afeto ao próximo e será bem beneficiado. Tenha um bom dia!

Antonio Brasileiro ---- Poesias.

O Que Esculpe Uma Face


Não faça poemas sobre coisas
nem fatos
Faça sobre o que esculpe 
uma face
Sobre o que não fica
nem passa.
Sobre o que flui na alma,
não na carne.

Somos apenas passagem,
amiga.
É esta a condição da poesia.
Inabarcáveis são tantos desígnios!
Não chore,não ria.
Um poema é só a invisível
vibração de uma pétala
na brisa.


Um Dia Ainda Vou Viver De Brisas

Um dia ainda vou viver de brisas
Vou colher nuvens no meu quintal
e conversar com as plantinhas tenras
bobagens só bobagens.
Um dia vou me embrenhar em matos leves
e me deter a olhar só passarinhos.
Vou escrever poemas sem assunto
e viver sonhos sem cor e sem assombros.
Um dia
vou convidar os amores nunca tidos
para gozar uma noite muito clara.
Vou gargalhar das anedotas sem graça
e chamar de irmão todo mundo como São
Francisco.

O Anjo no Bar-Intro

Não é sempre que estamos para papos
com anjos: o da espada
auriflamante era só engraçado.

Diz-se que até um anjo
da guarda,ao olhar-se no espelho,caiu
na gargalhada.

Mas se algum anjo bater na sua janela
ou escrever nela alguma algaravia,
não ria,talvez sejam palavras

                         belas.


Antonio Brasileiro

sábado, 19 de junho de 2010

Soneto 23

Como no palco o ator que é imperfeito
Faz mal o seu papel só por temor,
Ou quem, por ter repleto de ódio o peito
Vê o coração quebrar-se num tremor,

Em mim, por timidez, fica omitido

O rito mais solene da paixão;
E o meu amor eu vejo enfraquecido,
Vergado pela própria dimensão.

Seja meu livro então minha eloqüência,

Arauto mudo do que diz meu peito,
Que implora amor e busca recompensa

Mais que a língua que mais o tenha feito.

Saiba ler o que escreve o amor calado:
Ouvir com os olhos é do amor o fado.


William Shakespeare

quinta-feira, 17 de junho de 2010

A morte absoluta

Morrer.
Morrer de corpo e de alma.
Completamente.

Morrer sem deixar o triste despojo da carne,
A exangue máscara de cera,
Cercada de flores,
Que apodrecerão - felizes! - num dia,
Banhada de lágrimas
Nascidas menos da saudade do que do espanto da morte.

Morrer sem deixar porventura uma alma errante...
A caminho do céu?
Mas que céu pode satisfazer teu sonho de céu?

Morrer sem deixar um sulco, um risco, uma sombra,
A lembrança de uma sombra
Em nenhum coração, em nenhum pensamento,
Em nenhuma epiderme.

Morrer tão completamente
Que um dia ao lerem o teu nome num papel
Perguntem: "Quem foi?..."

Morrer mais completamente ainda,
- Sem deixar sequer esse nome.


(Manuel Bandeira)

domingo, 13 de junho de 2010

François Duc De La Rochefoucauld

É mais vergonhoso desconfiar-se dos amigos do que ser por eles enganado.

Chromaggia

Un unccello fatale di nome
Chromaggia
Incrociò in volo la freccia
Arciere lungo le coste di lava

Per anni, pensando di essere
Inseguita scappò dalla freccia

Chromaggia, Chromaggia
Perché non afronti il pericolo?
La freccia era legata all'ala
E lei volava per liberarsene
"Tirando la freccia altri son ferriti
Per mia colpa, mia colpa"

Giú! Verso la bocca del diavolo
La sua freccia, i miei occhi
BLIND MAG:
Chromaggia, come take these eyes
I would rather be bilnd

Há muito tempo
Uma ave sinistra
Chamada Chromaggia
Foi atingida pela flecha
De um arqueiro, na encosta de um vulcão

Por anos pensando que a flecha a perseguia
Ela voou tentando escapar

Chromaggia, Chromaggia
Por quê não enfrenta o perigo?
A flecha estava presa em sua asa
E ela voava para se libertar
"Se eu tirar a flecha outros serão feridos
Por minha culpa, minha culpa"

Para baixo! Direto para a boca do diabo
A sua flecha, os meus olhos
BLIND MAG:
Chromaggia, venha arrancar estes olhos
Eu preferia continuar cega!

Antoine de Saint-Exupéry

"Há vitórias que exaltam, outras que corrompem; derrotas que matam, outras que despertam."

O canto de cristal

Perdido, meus olhos
A fera e o cristal
Belíssima cantava
Dissonante dos acordes
Sua alma vibrava num tom
Que a regularidade
De nenhum poliédrico
Equalizava
Pura
Amanheceu as profundezas
Porque
Chovia magnífica
Sua natureza

terça-feira, 8 de junho de 2010

"Viver ...

.. e não ter a vergonha de ser feliz.." frase de uma música inspiradora, cheia de utopias e fantasias. Será mesmo possível viver sem ter vergonha? Nem que seja do seu sotaque, da sua tia, do seu pé.. de algo você tem vergonha. Mas porque a vergonha? Bem.. isso eu respondo mais a frente. Sei que é possível ser feliz, logo nos vem a mente que ter um sorriso orelha a orelha é quando a vida tá boa, mas engana-se quem pensa assim. Felicidade é feita de momentos, a cada dia mudamos e vivemos diversas experiências, com isso mudamos de humor. Se certa situação me alegra, logo estou feliz. Podemos concluir que os sentimentos são momentâneos. Pense bem, se quer atrair uma boa imagem dos demais, nada melhor que mostrar seu bom humor. Sei que esse simples texto não vai mudar seu modo de agir, mas pode sim mudar o seu pensar. Porém, felicidade é sentimento e você não precisa expressar o que sente para todos verem, mas é lindo de se ver um sorriso, por mais que esteja contente, experimente rir, sinta o doce sabor da liberdade. Não tenha vergonha, corra, grite, pule, cante, dance, viva intensamente, sei que isso pode atrair milhares de olhares e sorrisos de quem estiver ao seu lado. Pode até virar moda e todos vão sair do casulo e mostrar-se ao mundo. Um sorriso encanta a muitos, então está na hora de experimentar. Que tal viver sem ter vergonha de ser feliz? Então dê um sorriso :]

terça-feira, 1 de junho de 2010

Os ventos

"Os ventos que as vezes tiram
algo que amamos, são os
mesmos que trazem algo que
aprendemos a amar...
Por isso não devemos chorar
pelo que nos foi tirado e sim,
aprender a amar o que nos foi
dado.Pois tudo aquilo que é
realmente nosso, nunca se vai
para sempre..."

Bob Marley